What about love?

Se há coisas na vida, que me revoltam os fígados é a falta de humanidade.
Se somos seres que pensam, sentem e exprimem-se, como é possível que estejamos a caminhar cada vez mais para uma sociedade individualista, do "cada um por si" e cada vez mais imune ao sofrimento alheio?
Não consigo mesmo conceber a falta de compaixão por outro ser humano, ou até mesmo por um animal.
Como é possível ver alguém a sofrer a perda de alguém querido e pensar apenas no trabalho, ou na entrega de um trabalho ou ficar incomodado perante um pedido de saída mais cedo para ir a uma missa de 7º dia de um amigo, sendo o mais cedo já no período das horas extraordinárias não remuneradas?
Fico abismada com a quantidade de casos insólitos que vou ouvindo de amigos que sofrem na pele a falta de humanidade por parte de superiores hierárquicos.
A verdade é que o nosso mundo está mesmo a ficar louco, com os valores completamente subvertidos. A desgraça do outro cada vez é mais indiferente, a atenção é focada no nosso umbigo, no nosso sucesso, nos nossos prazos de entrega, nos nossos stresses diários de pequena ou grande importância e quando algo verdadeiramente chocante com outro ser humano  se depara no nosso caminho, é mais seguro desvalorizar ou simplesmente ignorar!
Vejo pessoas idosas que caem na rua e passam outras tantas por ela sem uma mão de auxílio, ou adolescentes que numa briga sobre rapazes ou telemóveis, acabam em cenas de espancamento ou facadas, com direito a filmagens em directo por expectadores divertidos e ansiosos por partilhar com o mundo através das redes sociais. Vejo chefes de trabalho que cegos no seu mundo egoísta, aproveitam-se e exploram jovens que fazem tudo para não perder o emprego. Quando alguma tragédia acontece, as atitudes mantêm-se e não há nem um segundo de reflexão.
Tudo isto me revolta e bem sei que nem todos são assim mas vale a pena reflectir se o mundo e a sociedade caminha para uma maior generosidade ou para um crescente egoísmo.
Deixo-vos esta música do Michael Jackson com uma mensagem poderosíssima, não só ecológica como sobre a própria humanidade:

XoXo

P.