terça-feira, 29 de dezembro de 2009

O poder da China



Hoje de manhã, a caminho do banco e a ouvir a TSF, uma notícia despertou o meu interesse quando se anunciava a condenação à morte de Aknae Shaikh pelas autoridades chinesas.
Gordon Brown lamentou o facto de terem falhado todos os esforços diplomáticos e apelos à China para não condenar à morte o cidadão britânico acusado de traficar droga.
Muitas vozes se têm erguido argumentando que tal condenação não terá sido injusta pois o crime cometido assim o terá justificado. No entanto, não deixo de me perguntar quantos mais atentados à dignidade humana precisará a China de cometer para acordar a Europa e o resto do Mundo?
A matriz de valores da União Europeia, valoriza a dignidade humana e é expressamente contra a pena de morte. Apesar de muitos considerarem que alguns crimes justificam essa pena, deveremos apenas reflectir se o Homem terá ou não o direito por lei de tirar a vida a outro ser humano? Se deveremos punir uma infracção à lei com a mesma pena que o crime cometido?
A China vai-se desenvolvendo industrialmente, tornando-se uma das maiores potências do Mundo em crescimento, sendo este crescimento assente nos pilares da desigualdade e no desrespeito pela dignidade humana.
A Europa e o Mundo vê e consente estes crimes pois dependemos económicamente deste país e vamos portanto adormecendo os nossos valores. Vamos acostumando-nos ao facto das nossas industrias europeias e americanas terem grande parte da sua força de trabalho nas fábricas chinesas onde a mão de obra é barata. Não importa as condições de trabalho como o programa “Sessenta minutos” noticiou hà dias onde crianças trabalham 12 horas por dia, sem salário e em fábricas escuras, húmidas e e inseguras.
A Europa cala e consente e apertamos as mãos a quem vai esmagando a nossa identidade...

XoXo

P.

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