terça-feira, 15 de dezembro de 2009

No fio da navalha da ideologia



Assistimos hoje no palco da vida política portuguesa a um desnorte, uma falta de visão e comunicação e principalmente falta de ética e sentido de compromisso com os ideais que se defendem.
Desde cedo que me interessei e fui acompanhando a vida política portuguesa, sentindo no entanto que a política deveria ser muito mais do que temos vindo a observar nestes últimos tempos… A política é a essência da vida em sociedade, a palavra “polis” do antigo grego significava sociedade, comunidade ou colectividade.
Sendo a política uma ciência ao serviço da sociedade, todos os seus participantes deveriam sentir entusiasmo e vitalidade para lutar pelos seus interesses e contribuir desta forma para um verdadeiro sentido de comunidade.
No entanto, a imagem desgastada dos principais partidos políticos tem vindo a degradar o compromisso de toda a sociedade em fazer melhor, a pensar e a debater. Os jovens sobretudo encontram-se por diversas vezes “adormecidos” pelo repetitivo discurso político que soa cada vez mais a falsidade, a interesses ocultos ou a falta de coerência. Os jovens demitem-se do seu exercício político por desilusão, por sentirem que não vale a pena, que todos os partidos são iguais e nada se alterará…O verdadeiro problema é que esta premissa está a tornar-se num ciclo vicioso, pois enquanto não houver uma verdadeira crença no nosso sistema politico e não nos identificarmos com ideias ou pessoas, estamos a sentenciar um futuro que não trará nada de novo.
Desde criança, ia a com os meus avós aos comícios do PSD munida de bandeira e entusiasmo, e embora não percebesse o que levava as pessoas ali, o que pensavam ou se seria o melhor partido, a verdade é que quando o Prof. Cavaco Silva subia os degraus para o palco, algo mudava na multidão que o aguardava: acreditavam num rumo, acreditavam no líder. Pessoalmente durante vários anos acreditei neste rumo mas ultimamente acredito que a falta de reflexão do maior partido da oposição tem-se traduzido em discursos com pouco conteúdo e pensamentos ideológicos à deriva misturados com sede de poder de alguns militantes que anseiam chegar a líder não com humildade e uma mensagem forte e clara, mas sim à custa do percalço ou escorregadela da actual líder.
Tudo isto me levou a aprofundar mais as minhas próprias ideologias que principalmente nesta ultima campanha legislativa se tornaram claras. O humanismo cristão, centralizado na figura do Homem, enfatizando a importância do individuo, da vida e numa sociedade meritocrata mostraram-me ,a par de uma ultima campanha com garra, determinação e uma mensagem clara e coerente que o CDS é o partido que melhor defende aquilo que considero importante na sociedade.
A campanha foi corajosa e com conteúdo e os votos foram conquistados um a um devido à força da palavra e não aos votos certos com que o PSD se refugiou com uma campanha apagada e com uma mensagem confusa. Acredito que para uma oposição ser forte a responsabilidade não deverá recair apenas num partido, que se vai acomodando e perdendo o rumo tornando-se como o centro das preocupações internas ganhar ou perder eleições.
Acredito que os partidos para crescerem e reconquistarem o respeito e a confiança dos portugueses necessitam de uma maior reflexão nos próprios ideais que defendem, trabalharem por uma causa, uma convicção, um ideal.
Porque se o Homem deixar de idealizar, todo a imensidão da possibilidade ficará para sempre por inexplorar…

XoXo

Ana

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