segunda-feira, 25 de julho de 2011

Memórias de uma rapariga solteira...

Pois esta é a minha última semana como donzela solteira.
Olhando para trás, fico sempre com a sensação que passou a voar. Não apenas os preparativos para o casamento, mas a própria relação. Como é possível terem já passado quase 6 anos?
Parece que ainda ontem estava a entrar naquela biblioteca da FEUP, a uns dias do exame de Economia, em busca de alguma paz e sossego para conseguir “colar” alguma matéria à pressão!
Na altura, não queria ver homens nem pintados. Mulheres também não. Acho que pela primeira vez, a única coisa que realmente queria, era fazer o raio daquela cadeira que me andava a atormentar o juízo desde o 1º ano. E de repente, tudo mudou. Não se escolhe timing. Tudo acontece quando tem que acontecer, apesar dos esforços para que não aconteça.
Lembro-me de a certa altura pensar: “Let it be!”. E foi. Não vale a pena pensar no passado, em relações que correram mal, ou nos erros que se cometeram, ou mantermo-nos fiéis a uma convicção fervorosa de não voltar a sofrer. A vida é para ser vivida. Sem rancores, sem recalcamentos, sem tristezas passadas. Se acontece de um dia para o outro? Não. Mas eventualmente acaba por acontecer, talvez a partir do momento em que se olha para trás, e o passado não nos parece assim tão feliz comparado com as possibilidades futuras. As boas memórias passadas ficam inevitavelmente cada vez mais gastas e perdidas no tempo e quando damos por ela, já temos uma certa dificuldade em lembrar a felicidade passada e também o sofrimento. Tudo sofre a erosão do tempo e mantém-se apenas aquelas memórias que ainda fazem sentido serem recordadas no presente. A memória daqueles que realmente foram importantes para nós.
Se pudesse, voltaria atrás apenas para me dizer que vou ser muito feliz, que naquela altura ainda não conhecia o verdadeiro sentido da palavra. Mas eu, assim como muitos leitores, tivemos que passar por esse período. É por causa desse período que a vida é muito melhor agora. É inevitável ao ser humano estabelecer comparações. Faz parte da nossa essência. E é isso que nos permite ver por diversas vezes, que se aprendeu algo com o passado e que as experiências não foram em vão.
Quanto a mim, a lição que aprendi, foi que nada é garantido e que as relações constroem-se diariamente. E que por vezes, as manifestações de afecto são boas, mas não dizem tudo de uma relação. No final, o que conta é o conteúdo e o sentimento. E passar por alturas menos boas, os dois no mesmo barco. E a relação não ser posta em causa, quando há algum desentendimento. E que o melhor na vida é rir com alguém. E esse alguém pode ser apenas um amigo.

XoXo

P.

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