segunda-feira, 4 de julho de 2011

Friends.

"Na natureza nada se perde, tudo se transforma."
Este pensamento de Lavoisier, pode ser aplicado em diversas situações na vida e normalmente costuma ajudar-me a ver o entendível no inexplicável.
Fala-se muito nestes últimos tempos e principalmente, quando acontece com figuras públicas, na frustração da morte prematura, no que fica por fazer, por dizer, por atingir ou por influenciar. Nós, jovens, vivemos a nossa vida como eternos imortais, vivemos não questionando se teremos o amanhã, tomámo-lo por garantido, por vezes até o desafiamos. No entanto, num segundo tudo pode mudar, e fica sempre gravado nos que ficam, as palavras que não foram ditas, aquele abraço que podia ter sido dado, o tempo que poderia ter sido melhor aproveitado.
Quando este sentimento bateu à porta do nosso grupo de amigos, houve um sentimento colectivo, embora não partilhado em voz, que talvez não aproveitássemos o que deveríamos da companhia uns dos outros.
Os tempos da faculdade não voltam e já não é possível estarmos 10 horas por dia todos juntos, separados pelos livros de estudo e unidos nos intervalos de café. As brincadeiras parvas, os stresses, a praia durante 2 meses, as viagens, os festivais… a verdade é que com a chegada ao mercado de trabalho, muita coisa muda e entre várias, a nossa gestão do tempo. Andamos todos numa correria, mas não queremos descurar as relações que fazem parte da nossa vida com os pais, irmão, namorado ou marido e amigos.
Nestas ultimas três semanas, temos estado de novo quase sempre juntos ao fim-de-semana, e voltamos a partilhar a praia, as conversas de horas, as francesinhas e os jogos de monopólio até às 6.00 da matina. Falava ainda ontem com o noivo a caminho do Porto nas poucas horas que tínhamos dormido e no esforço que fazia para me manter acordada na viagem.
O tempo que dispensámos aos outros exige esforço mas o sentimento de satisfação de terminar mais um domingo com a sensação de o fim-de-semana não poder ter sido melhor aproveitado é de facto muito bom.
Provavelmente não irá ser sempre assim, e o ritmo destes últimos três fins-de-semana irá abrandar mas a necessidade de nos juntarmos sempre que podemos foi de novo instalada e voltamos por apenas 2 dias por semana sentir o que nos juntou a todos na FEUP há 5 anos…

XoXo


P.

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