Kids, let me tell you a story…a story of how I met your father…

Desde que descobri a série “How I met your mother”, fiquei de imediato agarrada às personagens e ao humor da série, sobretudo à forma como descreve uma história de amor ao contrário. Ou seja, uma recordação do percurso da vida de solteiro até ao momento em que a personagem principal conhece a mãe dos filhos. Situação que ainda não assistimos na série.

Se pensar na forma como irei contar no futuro aos meus filhos a forma como conheci o pai, acho de facto engraçado.
Ponho-me a imaginar as suas carinhas, consumidas pela curiosidade perguntando com convicção:
- Maaainheee, como conheceste o pai?
Ao que eu, terei que elaborar uma resposta politicamente correcta, mas do mais verdadeiro que há.
- Então filhos, a mãe conheceu o pai na biblioteca da FEUP, quando estudávamos arduamente para os exames.
Claro que a segunda parte, já será completamente falseada. Mas não deixa de ser particularmente engraçado, naquele sítio altamente improvável de nascer algo mais do que dores de cabeça e desespero por tantos livros para ler e tantos apontamentos para fazer, a nossa história.
Não estudamos na mesma faculdade, mas uma bela época de exames e por insistência do irmão, lá fui passear os livros para outra freguesia. Estava na altura com tanta paciência para conhecer homens, como normalmente tenho para ver filmes de acção. Pensava eu que se avizinhava um período calmo de estudo para despachar algumas cadeiras que me andavam a enervar. Bem sei que a Faculdade de Engenharia do Porto, não seria propriamente um local com a espécie masculina em vias de extinção, pois os números até apontam que eles estão em franca maioria, mas mesmo assim a minha mente encontrava-se alheia a qualquer racionalidade estatística.
Conheci o noivo, apresentado por um amigo em comum. Reza a história, aqui que ninguém nos ouve, que ele pediu para essa apresentação ser feita no primeiro dia em que lá fui, ao que o nosso amigo diz:
- “Ah, ela é a irmã do L. Queres que te apresente?”
Mas a mente do noivo, nesse dia estava em modo confuso, e percebeu isto:
- “Ah, ela é a namorada do L. Queres que te apresente?”
Ficou o desgraçado a pensar que ou tinha um amigo maluco que queria apresentar (pelos vistos já com segundas intenções, senão não tinha mal algum, verdade?)a namorada do melhor amigo, o L, ou então que eu e o L tínhamos uma relação muito aberta ao que também não lhe pareceu muito bem e respondeu:
- “Não, não. Deixa estar páh!”
A verdade é que uns dias depois, após as confusões desfeitas, o nosso amigo lá vem todo contente fazer as apresentações. Já me havia anunciado essa manhã, todo orgulhoso que estaria para breve essa apresentação, dizendo:
- “Logo vou apresentar-te um amigo meu, é 5 estrelas! É aquele ali ao fundo, com t-shirt com um tubarão!”
Apresentações já feitas, começamos a estudar na mesma mesa. Ele na mesma página durante dias com o título apelativo “Ondas harmónicas” e eu às voltas com os livros de economia. Não foi muito produtivo o estudo, mas há momentos na vida que realmente são mais importantes. Corrijo agora a versão para os filhos:
-“ Ele a estudar o capítulos Ondas Harmónicos e eu economia. E passamos os dois à primeira.”
E foi assim que se passou o mês dos exames, com muitos gelados no bar durante o dia e capuccinos nas máquinas à beira das salas de estudo à noite. Eram muitas horas de convívio, de histórias e gargalhadas. Como celebração de fim de exames, combinamos todos um fim-de-semana de campismo, festas e praia em Cortegaça.

And kids, this was how me and your father started our history.



XoXo



P.